Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Glam Magazine

Glam Magazine

MEO Marés Vivas 2016… E ao terceiro dia… James (Reportagem)

O terceiro e último dia começa com a presença de Tim Booth no meio do público. Uma confusão de comunicação durante o soundcheck fez com que fãs e músico privassem por instantes. Como já estamos habituados a esta cumplicidade da banda britânica com o público português, não nos admira que possa ter sido uma ação calculada para presentear quem se sacrifica na hora da chegada para garantir um lugar à frente.

IMG_0538 (Cópia).jpgDiana Martinez & The crib, que abriu o primeiro dia do festival Meo Mares Vivas do ano passado, tocou este ano no Palco Santa Casa. Um espetáculo visual apelativo, onde os músicos apareciam envergando "capacetes" em formato de canídeos. Não muto diferente do que nos foi habituando, Diana Martinez teve apenas de "estar" para ter uma "casa" composta.

IMG_0618 (Cópia).jpgGrande surpresa no MEO Mares Vivas de 2016 foi a presença de Beth Orthon. Primou pela antecedência de horário no início do espetáculo que apanhou o público desprevenido. Tendo começado cerca de 20 minutos antes da hora prevista, Beth Orthon alternou entre um género musical alternativo e outro bastante calmo, proporcionando aos presentes um "romântico" fim de tarde à beira rio. Nas músicas mais mexidas fez-se sempre acompanhar do público que parece aderir ao género musical.

IMG_0746 (Cópia).jpgTom Odell continua o espetáculo para delírio das jovens que, por um rasgão no pano, o viram ao longe a entrar no palco. Em êxtase, gritaram anunciando o que seria um grande concerto de rock. Ao estilo de Elton John, Tom Odell passou grande parte do concerto ao piano. O menino bonito encanta e encanta-se, digam as trocas de olhares cúmplices com o resto da banda. Surpreendido com a adesão do público, "força" a restante banda a dar o melhor. Com uma secção ritmica de excelência Tom Odell sai do Cabedelo de barriga cheia, tal como os milhares que até aqui se deslocaram para o ver.

IMG_1115 (Cópia).jpgRui Veloso dispensa apresentações, bem como o seu repertório. Numa altura em que ainda se comemora o campeonato europeu de futebol, lembrou "o vôo do Jardel sobre os centrais", as viagens de Ribeira até à Foz, a bela Camponesa e outros momentos que fez questão de transformar em hits musicais. O "Mingos" dos Samurais, a jogar em casa, aumentou o tamanho do palco, dando protagonismo aos conterrâneos e a quem quis partilhar este momento. Aquele que nem precisa de cantar lembrou-nos que Portugal, e o Porto, têm um embaixador musical que, mesmo desaparecido transpira a essência de ser um português bairrista. Qualquer concerto de Rui Veloso dá um CD duplo de "best of". O concerto terminou com o músico a cantar a "sua Nikita" (Paixão segundo Nicolau da viola) para delírio dos presentes.

IMG_1286 (Cópia).jpgO festival encerra com a brilhante atuação dos ingleses mais portugueses do mundo! Os James apresentam-se debaixo de inúmeras suposições acerca do local de aparição do seu líder. Tim Booth é conhecido por entrar por entre o público, mas, mais uma vez, surpreendeu todo e todos ao aparecer ... como todos os outros, pelo backstage, numa entrada simples e tranquila. Envergando uma camisola da seleção nacional, Adam tem uma grande ovação. A entrada é feita depois de, no ecrã gigante, figurar a bandeira nacional ao mesmo tempo se cantou "a portuguesa". Lembrando o festival de 2014 onde choveu durante a sua atuação, os James agradeceram o carinho e a dedicação do povo português. Lembro que nesse mesmo ano fizeram uma aparição surpresa na estação de São Bento para um concerto mistério e atuaram no multiusos de Guimarães. Recordando velhos (e novos) temas, os James serão os responsáveis pela banda sonora das viagens "casa - trabalho" durante os próximos dias. Iguais a eles próprios, foram incansáveis durante toda a sua atuação. O concerto termina com “Sometimes", mas portugueses que somos e com o caráter que nos assiste, não deixamos que fossem embora sem, no encore, cantarem “On my Way", “Nothing but Love", “Getting Away with it" com um enorme mergulho por entre a multidão. Tim Booth é já um habitué nestas andanças do mergulho, navegando literalmente por cima do público que o encaminha para onde quer.

IMG_1541 (Cópia).jpgO Festival MEO Marés Vivas termina com enorme pena, mas com um sentimento de missão cumprida e de um investimento bem feito. Em altura alguma se considera que o festival ou a organização tenha falhado, restando-nos parabenizar a PEV Entertainment por esta edição daquele que é já o melhor Festival de Verão do Norte e pela excelência do cartaz, desejando desde já poder estar presente na próxima edição, que irá decorrer de 13 a 15 de Julho de 2017

 

Reportagem: Ana Machado

Fotografias: Nuno Machado