Festivais: Dia 2 do Vodafone Paredes de Coura… “Is the Impala really Tamed?”
Dia 2 do Vodafone Paredes de Coura…
Chegamos ao segundo dia, aquele que foi o primeiro a esgotar. As expectativas foram todas dirigidas para os Tame Impala, que são de longe a banda que arrasta as multidões.Já com os dois palcos a funcionar em pleno, os 10 concertos do dia mais um DJ set trouxeram já outra dinâmica ao festival.
A abertura de portas foi pelas 17 horas depois de no palco Jazz na relva ter passado a poetisa Matilde Campilho logo pelas 13 horas e a música dos Macadame e de Núria Graham pela tarde adentro, como a banda sonora perfeita para quem usufruía a praia fluvial de Coura.
O palco Vodafone.FM abriu pelas 18 horas com as madrilenas Hinds, a banda que até à pouco tempo se chamava Deers e que devido a questões legais tiveram que mudar de nome. São 4 meninas “muy guapas” e simpáticas, que em palco apresentam um “Surf Rock” em Inglês com (muito) sotaque e muita boa disposição. As meninas chegaram ao festival para cantar e para estar… fizeram questão de dizer a todos que estavam acampadas junto às “duchas”.
De Braga, os portugueses Peixe : avião sobem ao palco Vodafone pelas 18.30 horas, com o seu som “dream-pop” eletrónico bastante forte, transportando os festivaleiros para outra dimensão. O psicadelismo da música dos portugueses hipnotizaram o público. Uma das raras vezes que a banda se tornou mais visível em palco.
Alternado entre palcos, pelas 19 horas os Pond, da Australia para Paredes de Coura, subiram ao Palco Vodafone.FM provocando a primeira enchente da noite e a primeira chuva de “crowdsurfings” junto do publico. Um recinto demasiado pequeno para a enchente que se verificou. Encantados por estarem em Paredes de Coura, a banda ficou rendida às margens do rio, por onde andaram antes do concerto. Os Pond apesar de curto, foram uma das grandes bandas da noite e deviam ter sido colocados em maior destaque no palco principal.
Steve Gunn surge pelas 19.50 horas no palco Principal. O indie folk do americano, que tinha passado ao inicio da tarde na Vodafone Jam Sessions, acabou por não encantar o público presente. O recinto por esta hora já completamente lotado e com muitos festivaleiros a aguardar pelos Tame Impala, até pelo elevado numero de Tshirts que era visível no recinto.
O esperado Father John Misty sobe ao palco pelas 21.20 horas provocando uma onda de excitação junto da fãs, que gritam em plenos pulmões pelo artista. Em palco, um autêntico pastor musical que leva ao rubro os milhares de fiéis que já ocupavam o anfiteatro. Um excelente concerto onde a irreverência do “pastor” foi uma constante ao longo de 60 minutos. Uma presença em palco insinuante que leva ao rubro tudo e todos.
Do outro lado do recinto as descargas elétricas dos White Fence com o seu punk rock intenso e agressivo provocam mais um conjunto de “crowdsurfing” junto dos festivaleiros e mais uma verdadeira multidão junto ao palco.
Fotogaleria: Father john Misty
The Legendary Tigerman sobe ao palco pelas 23.15 horas e como habitualmente o público delira. No seu formato banda com João Cabrita no saxofone, Paulo Segadães na bateria e Filipe Costa nos teclados, Paulo Furtado sabe como conquistar as 25 mil pessoas que estavam ali para ver e ouvir Tame Impala. Puro Rock’n’Roll durante 60 minutos com o público a pedir mais e mais. Um artista português em “hora de ponta” de festival a mostrar aquele que foi o melhor concerto da 2ª noite do Festival Vodafone Paredes de Coura. A irreverencia em palco, a agressividade contida de um homem que é “tigre”, é prova mais que evidente que o Rock ‘n’ Roll conquista multidões.
Fotogaleria: The Legendary Tigerman
Os demasiado aguardados Tame Impala surgem em palco pelas 00.50 horas.
A entrada triunfal em palco de Kevin Parker e da banda provoca uma onda de histeria avassaladora junto do público que não tinha desmobilizado no final do Concerto de The Legendary Tigerman.
A banda inicia o concerto com temas do seu mais recente album “Currents” e com o público a cantar o seu mais recente single “Let it happen” logo na segunda musica. Música envolvente quer no tempo quer no espaço, mas que acaba por esmorecer ao longo de um concerto que se torna monótono e demasiado concentrado na voz sintetizada de Kevin Parker. Valeu um encore que trouxe o já classico “Feels Like We Only Go Backwards”. Alternando entre os clássicos da banda e os temas novos, ouve ainda tempo para o memorável “Elephant”
No final da noite o palco After hours recebeu o projeto de Rui Maia, os Mirror People que com os seus ritmos efusivos animaram o final da noite.
Mais um dia esgotado e com um ambiente repleto onde a música, apesar de tudo ocupa o seu lugar natural praia fluvial do Taboão.
Reportagem: Sandra Duarte Pinho
Fotografias: Paulo Homem de Melo