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Glam Magazine

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A Instalação Musical de Bon Iver e a sedução de Angel Olsen…

É chegado o segundo dia do NOS Primavera Sound 2017. Já sabíamos antecipadamente que o dia se encontrava esgotado, sendo de prever uma autêntica avalanche de público nesta sexta feira. Bon Iver era o responsável por essa ‘enchente’ mas seria Angel Olsen a seduzir por completo o público deste segundo dia.

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Pelo meio uma mão cheia de artistas que seguindo ritmos e pisadas distintas, deixaram a sua marca perante 30.000 pessoas que viveram a música durante mais de 15 horas.

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Depois de uma abertura de portas concorrida, o Palco Super Bock era o primeiro ponto de paragem para todos os que chegavam ao Parque da Cidade do Porto. Pelo segundo dia, era uma proposta nacional a ter honras de abertura do festival. De Leiria chegavam os já consagrados First Breath After Coma, que com o seu rock suave e envolvente, abriram o concerto ao som de “Salty Eyes”, tema marcante do seu segundo disco lançado em 2016 “Difter”. Seria esse disco o principal fio condutor do concerto onde desfilaram temas como “Gold Morning Days”, “Nagmani” e “Umbrae”, que contou com a presença em palco de David Santos (Noiserv para os amigos). Com uma presença em palco segura, a banda de Leiria mostrou mais uma vez a sua capacidade de enfrentar os grandes palcos dos grandes festivais.

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Os Pond surgiam no alinhamento da tarde de sexta feira. A marcar presença no Palco NOS, a banda australiana liderada pelo excêntrico Nick Allbrook tentou cativar desde o início os milhares que já se encontravam junto do Palco NOS, provavelmente à espera de Bon Iver. Psicadelismo irreverente, construído na figura do seu líder, as canções perdiam-se no excentrismo de Allbrook. “The Weather” era o álbum que os autralianos traziam debaixo do braço, que se mostrou pouco seguro para conquistar um ambiente demasiado relaxado para despertar desde os primeiros acordes de “30.000 Megatons”, tema que abriu o concerto e que igualmente é a chave de acesso ao disco de 2017. A banda seguiria ainda por caminhos ultrapassados vindo ao encontro do novo trabalho em “Sweep Me Off My Feet”. Curiosamente “The Weather”, tema que fecha o álbum fechava igualmente a participação dos Pond no Palco NOS.

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Alinhados em formato banda, os autores de “Light Upon The Lake”, único disco do projeto norte-americano Whitney, subiam ao Palco Super Bock para trazer a sua simplicidade em forma de canções. “Dave's Song” marcava o início do concerto da banda de Julien Ehrlich. Sem grandes novidades em relação à sua última passagem no Festival Vodafone Paredes de Coura em 2016, a banda conseguiu equilibrar um final de tarde em pinceladas pop, mas sempre com um cariz mais melódico. “Polly”, “Golden Days” ou as versões de “You've Got a Woman” e “Magnet” foram presença no alinhamento da banda, que quase cometia a gafe de afirmar que gostavam mais de Lisboa que do Porto…

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O primeiro grande nome da noite avistava-se já no Palco NOS. Considerado pela crítica internacional como um dos melhores discos de 2016, “My Woman” de Angel Olsen era aguardado com muita expetativa já pelos milhares que se encontravam naquele fim de tarde no parque da Cidade do Porto. Dona de uma simplicidade extrema, mesmo sem cantar,  Angel Olsen cativou toda a gente apenas com o olhar. Com uma voz magnetizante, subtil, sussurada, ao mesmo tempo em que se mostra desesperada e intensa, excede tudo que se esperava ouvir, não foi difícil conquistar o público. Acompanhada em palco pela nostalgia dos anos 60 em forma de banda, Angel desfilou as suas canções de uma forma simples mas com momentos intensos iniciando o concerto com “High and Wild”. “Shut Up Kiss Me”, “Give it up”, “Not Gonna Kill You”, “Sister”, “Those Were The Days” e “Woman” foram os temas do disco de 2016 que se fizeram ouvir naquele pôr-de-sol sensual. De fora ficaram muitos outros temas, num concerto que soube a pouco e ficou uma vontade de muito em breve assistir ao vivo a um concerto de Angel Olsen.

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No palco ao lado, os Teenage Fanclub iriam ser as “vítimas” do chamado horário de jantar. Apesar de ser uma das bandas mais antigas em cartaz, os escoceses não conseguiram que a sua música conquista-se o público que ou se tinha mantido junto do Palco NOS para o concerto de Bon Iver, ou se tinha dispersado por outra paragens no festival. O rock alternativo apresentado em palco, não apresentou qualquer desalinho em relação ao que conhecemos da banda, acabando por ser um erro de ‘casting’ a presença da banda naquela hora e local.

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Mas falando de bandas há vários anos em palco, os Swans merecem todo o destaque do festival. Empurrados para o Palco ., 15 minutos antes de Bon Iver, a banda de Nova Iorque liderada por Michael Gira não teve qualquer rival à altura. Surgiram em 1982 na chamada onda new wave surgida após o declínio do movimento punk em Nova Iorque. A energia dos Swans em palco manteve-se ao longo de 40 minutos, provando que uma banda no ativo há mais de 35 anos ainda consegue transmitir uma energia única e constante ao longo do concerto. Seguindo uma linha mais ‘hard’ do que a que era apelidada em 1982, a banda trouxe a palco alguns dos seus clássicos como “Screen Shot”, “The Man Who Refused to Be Unhappy” ou a fechar “The Glowing Man”. Uma (boa) alternativa para quem queria ‘fugir’ da enchente junto ao Palco NOS.

Falar de Bon Iver é falar das aventuras de Justin Vernon. O músico norte americano iniciou a solo o projeto em 2007 tendo evoluído para uma ‘grande banda’. Bon Iver editou apenas 3 álbuns ao longo desta última década, o mais recente, “22, A Million” no final de 2016. A sua legião de fãs acaba por não ser proporcional às suas edições mas a música que apresenta, sempre numa linha folk, tem conquistado fãs nos mais variados quadrantes. A sua presença no NOS Primavera Sound não fugiu a essa massificação, tendo sido ele, Bon Iver, a causa do dia de sexta-feira ter esgotado.

Em palco, acompanhado por um conjunto de músicos, o artista apresenta o seu novo trabalho como se de uma instalação artística se tratasse. Aliada à folk, os sons eletrónicos são a característica mais recente da sua música. Para muitos a verdadeira essência de estarem ali para ouvir Bon Iver.

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Rappers britânicos não são comuns, mas Skepta surgia na noite de sexta feira a encerrar o Palco Super Bock. Uma das grandes revelações da música britânica nos últimos anos, Skepta, ou de seu verdadeiro nome Joseph Junior Adenuga, baseia a sua música na cultura DIY. “Konnichiwa”, o seu último trabalho retrata de uma forma bastante explícita essa cultura, merecedora do Mercury Prize em 2016. Em palco uma fonte inesgotável de energia, trazendo à memória a noite anterior quando os Run The Jewels ‘incendiaram’ o Palco NOS.

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O Palco NOS que recebia Nicolas Jaar para fechar a noite do palco principal do festival. O mago da eletrónica alternativa foi construindo a sua apresentação de 90 minutos ao longo de ritmos longos e espaçados evoluindo de forma constante ao longo da apresentação. Energia alternativa a encerrar um dia de festival à semelhança do primeiro dia que esteve entregue aos franceses Justice.

No outro extremo do Parque da Cidade, os Australianos King Gizzard & The Lizard Wizard faziam aquilo que sabem melhor… rock puro e bruto, riffs de guitarra e uma explosão de energia junto do público que melhor que ninguém colabora com a banda de forma a que as suas apresentações em palco sejam repletas de ‘acção’.

 

Uma sexta feira única com 30.000 pessoas a celebrar a música, com Bon Iver a recolher os louros mas a música e a presença de Angel Olsen a conquistar o público. Uma noite esgotada em que o festival foi levado aos limites mas nunca deixando cair a sua imagem única de conforto.

 

 

Novo EP de Da Chick "Call Me Foxy" já disponível…

Depois do lançamento do aperitivo, deixado com o single "Call Me Foxy", Da Chick chega agora às lojas com o seu novo EP, com o mesmo nome, editado pela DISCOTEXAS.

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Este novo "EP" surge numa nova fase da carreira da artista, mais intensa e confiante, estado de espírito que estará bem patente nas novas músicas da artista. Nas palavras da própria "Descobri como viver de forma natural e espontânea, sendo eu e vivendo bem comigo. Call Me Foxy é o que chamo à minha música e à Da Chick - Foxy (livre e atraente). Também falo de como gosto de viver a vida e de não levar os "haters" a sério. Estou sempre noutra, a sonhar e a conduzir a minha "Pussy Wagon". Vou a caminho de um lugar... para apimentar as coisas!"

Produzido em parceria com o produtor francês Saintard que conheceu no Soundcloud, "Call Me Foxy" foi já apresentado na integra e com muito sucesso no Festival MIL e será apresentado também no próximo dia 20 de Julho do EDPCOOLJAZZ.