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Glam Magazine

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MEO Marés Vivas… Ao segundo dia os Amor Electro dominam…

O Festival MEO Marés Vivas… e a fasquia está muito elevada. Será que o nível se manterá até ao final?

Depois do dia de ontem se ter revelado uma pura surpresa, hoje esperávamos um público mais uniforme, mais adulto. Não necessariamente um público calmo ou com um passado tranquilo. Antes, aguardávamos um recinto cheio de "Cotas Malucos!". Os Scorpions não são desta geração, mas quiseram dizer aos novos apreciadores de (boa) música, que a verdadeira essência musical vem de trás!

MMV-2017-MUNDOSEGUNDO-10 (Cópia)

Mundo Segundo

Edmundo Silva, com o seu projeto paralelo aos Dealema, Mundo Segundo, jogou em casa. Nascido na mesma terra que acolhe o festival MEO Marés Vivas, teve a presença dos seus conterrâneos e admiradores. Depois de assistirmos ao concerto de Mundo Segundo, percebemos que o Hip-Hop nacional ainda tem muito para dar. Há muita qualidade na música nacional, também neste estilo (talvez) menos comercial. Contudo, o espaço destinado aos espetadores do Palco Santa Casa revelou-se curto para tanta gente. Muitos assistiam ao concerto do outro lado da rua, tal era a falta de espaço. Uma agradável surpresa, num concerto simples, mas sentido.

MMV-2017-AMORELETRO-8 (Cópia)

Amor Electro

Não há muito a dizer sobre esta banda... Foi, sem dúvida, o ponto alto da noite. Os Scorpions apresentavam-se como cabeças de cartaz, mas o espetáculo dado pela banda de Marisa Liz elevou o nível do segundo dia e, mais ainda, de toda a edição do MEO Marés VivasAmor Eletro é um dos principais responsáveis pela qualidade musical neste pequeno paraíso à beira mar plantado. E para todos os que pensavam que a participação da vocalista (Marisa Liz) enquanto júri do programa "The Voice Portugal" era para promoção própria, ... esqueçam! Ela não precisa (mesmo) disso. A Marisa é apenas a cara de uma estrutura bem oleada e com um nível profissional invejável. Detentora de uma capacidade comunicacional de excelência, tudo o que faz em palco é de elevada qualidade. Ao contrário do que eles próprios cantam, "A máquina NÃO parou"... e não acreditamos que algum dia venha a parar!

MMV-2017-LUKASGRAHAM-6 (Cópia)

Lukas Graham

O dinamarquês de 29 anos é a prova de que não é preciso ser espalhafatoso para ter presença em palco. Apareceu com uma simples t-shirt branca e calças de ganga para cativar o público que esperava ansiosamente pelos Scorpions. Apaixonado pelas vistas, até brincou pelo facto de quem recebe é quem tem as melhores vistas... referindo-se ao facto do público pagar um bilhete para estar de costas para um por do sol magnífico e uma vista encantadora para a margem norte do Rio Douro. Com um estilo de "puto rebelde", o "menino do coro" como nos fez lembrar, assumiu uma postura puramente de Entertainer. Qual Marco Paulo, passou o concerto todo a balançar o microfone de forma acrobática. A sua aparente inexperiência não o afetou. Não sabemos qual o nível de veracidade das declarações, mas certo é que comparou o concerto da Praia do Cabedelo com o que deu em Lisboa no passado dia 13 de abril, dizendo que aqui a temperatura que se sente vinda do público é bem mais quente... O resto foi música... Música proveniente da sua experiência pessoal que faz questão de cantar (e contar) para que os rapazes e raparigas de hoje saibam o quão "ricos" são...

MMV-2017-SCORPIONS-25 (Cópia)

Scorpions

O grande momento chega e Vila Nova de Gaia revela-se uma província germânica. Todos conhecem os Scorpions. E mesmo os que não tem idade para tal, trazem os ensinamentos de casa, dos pais e outros familiares que os educaram a apreciar música de qualidade. Quanto aos músicos... esses já "morreram" várias vezes e, sempre que ressuscitam, calam as bocas dos mais críticos. Não são novos, não estão na flor da idade, mas acreditamos que muitos músicos de "pelo na benta" não conseguiriam aguentar tanto tempo em cima do palco àquele ritmo. São 50 anos de muita música. Têm mais anos de experiência do que muitos de nós (que estamos a ler este artigo) tem de idade. Aprendamos com os mais velhos. As (aproximadamente) duas horas de concerto foram vividas de uma forma frenética. Talvez Mikkey Dee (baterista) seja de outro mundo... só assim se explica como foi  único, em todo o concerto, que nunca saiu de palco, sempre com a mesma força. A ele desejamos uma excelente noite de descanso; bem precisa, e merece! Quanto ao resto, um concerto digno da grandiosidade da banda e que faz justiça aos anos de experiência.

MMV-2017-EXPENSIVESOUL-23 (Cópia)

Expensive Soul

Os Expensive Soul são a segunda banda de Leça da Palmeira, depois de ontem, dos Souls of Fire,  a tocar nesta edição do MEO Marés Vivas. Com um público já cansado, tiveram alguma dificuldade (mas pouca) em colocar a Praia do Cabedelo de braços no ar. Com um à vontade em palco que pouco se costuma ver, todos sem exceção demonstraram que vieram para se divertir e não só divertir os outros. É que tocar no Marés Vivas é um marco importante na história de qualquer músico. Mais, ... se a isso juntarmos o facto desta ser a última edição que se vai realizar neste local (pelo menos assim foi anunciado pela organização), obriga a que este seja um concerto especial. ... e foi! Somos um povo que vive da saudade e não é só no fado... E por isso, com "Que Saudade" e outros êxitos da banda fizeram questão de marcar o fim de um ciclo. É importante fazê-lo de forma a que seja, de futuro, lembrado e neste caso, não há qualquer razão para que não o seja!

 

O último dia de festival reserva-nos as atuações de Sting e de Miguel Araújo no Palco MEO. A eles desejamos boa sorte e muita inspiração. Será um desafio ultrapassar a prestação dos Amor Electro que, queremos reforçar, foi até então a melhor atuação desta edição do festival MEO Marés Vivas.

 

Reportagem: Ana Machado

Fotografias: Nuno machado