MEO Marés Vivas… O dia 2 do festival (Reportagem)
De regresso à Praia do Cabedelo, a espectativa era grande. O dia ia começar com Jimmy P e Dengaz seguia no mesmo estilo musical. Promovidos este ano para o palco principal, Joel Plácido e a sua crew tinham de agradecer e compensar a aposta feita neles. Tinham de vingar e o objetivo era criar algo que pudesse ser lembrado e falado durante algum tempo.
Até pelo público para quem tocam, Jimmy P encontrou uma plateia bem mais composta do que no dia anterior. Enquanto que, no primeiro dia de espetáculo, o público ia chegando, ontem, com Jimmy P, pode dizer-se que o recinto (na área que vai do palco à regie) estava praticamente cheio.
Como tem vindo a ser habitual, e deixamos um especial agradecimento à organização do evento, o concerto começou à hora marcada. Na setlist não havia novidades e o alinhamento era praticamente o mesmo de concertos anteriores. A única novidade foi a presença de Diogo Piçarra para interpretar o tema “Entre as Estrelas”, uma música sentida, com um carinho especial, que fala sobre a perda de alguém especial. A interpretação deste tema deu (dará) origem ao videoclip original, que o músico fez questão de ser gravado no Porto.
Dengaz aproveitou o concerto de Jimmy P para dar continuidade a festa. Depois da multidão preparada, não foi difícil ter uma prestação de "arrancar os cabelos". Sem surpresas, António Zambujo apareceu para completar o repertório não deixando ponta solta. Nada errado foi cantado a 3 vozes (Dengaz, António Zambujo e o público) que nunca deixou de apoiar. Num concerto que assentou essencialmente no seu novo álbum “Para Sempre”, Matay não se esqueceu de “Dizer que Não”, para delírio do imenso público que continuava a chegar. Sempre muito perto do público, mesmo fisicamente, Dengaz transportou toda a sua simplicidade para a Praia do Cabedelo que ficou aos sues pés.
James Bay “não estou de pantufas, mas em alta”. Com uma atitude de puto rebelde, desde cedo levantou a plateia que o ansiava desde o início. Depois de Dengaz e, anteriormente, Jimmy P, o segundo dia parece ter sido cuidadosamente planeado. Para quem gosta de rock, James Bay é muito mais do que aparece nas primeiras pesquisas do YouTube. O jovem britânico de apenas 26 anos tem tudo o que se exige numa estrela musical. A provar isso, teve uma fantástica e nunca esperada interpretação de “Rolling” do Rei do Rock Elvis Presley. Teria este sido o final feliz que o público estava à espera, não fosse ter-se apresentado com a camisola do principal clube da cidade, o FC Porto, para uma (esta sim) última música.
A noite termina com Kodaline. Um espetáculo esperado por quem veio cedo par garantir os lugares da frente, não desilude apesar de se apresentarem comercialmente com um tipo de música mais calma. Iniciam a prestação em palco com a mesma força com que o seu antecessor terminou. Coube-lhes a responsabilidade de mostrar que nem só de Rock vive num Festival de Verão. Entre as músicas mais comerciais e outras menos conhecidas do público menos atento, os Kodaline não desiludem e mostram que a música do novo século está cá para marcar presença.
Lost Frequencies anunciava um final de noite totalmente eletrónico, o que fez com que os mais conservadores começassem a abandonar o recinto. Mas a surpresa começa quando o DJ belga pega em temas como "Bongo Bong" de Manu Chao ou “What is Love (Baby Don’t Hurt Me)” de Haddaway. Sem nunca perder a sua natural tendência eletro, Lost Frequencies conseguiu agradar a jovens e saudosistas. Com a recuperação de temas mais antigos e comerciais e misturando-os, dando-lhes um toque mais "disconight", fechou a noite com chave de ouro. Para um público assumidamente notivago e frequentador do circuito de discotecas e bares, foi uma boa companhia para quem não partilha do mesmo estilo musical.
Reportagem: Ana Machado
Fotografias: Nuno Machado