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Glam Magazine

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MEO Marés Vivas… O primeiro dia do Festival

Todos os anos, com a chegada do verão, vêm também os festivais. Portugal é inundado por conjuntos consecutivos de dias, com cartazes musicais apelativos. Neste momento, está a rolar o MEO Marés Vivas, edição de 2017, na Praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia. Com um cartaz aparentemente fraco, tudo indicava que o dia ia ser calmo. Não obstante do pouco público que se fez sentir, comparativamente com os primeiros dias das edições anteriores, nada fazia prever a surpresa. O MEO Marés Vivas, para 2017, alterou os dias de espetáculo. Normalmente o evento tem presença à quinta, sexta e sábado, mas este ano quiseram que se iniciasse na sexta e terminasse apenas no domingo.

Outra alteração relativamente ao ano passado é que não houve coincidência de espetáculos entre o Palco Santa Casa e o Palco MEO. Todos poderiam assistir os concertos que quisessem, desde que se fizessem aparecer em cada um dos locais.

MMV-2017-OSQUATROEMEIA-1 (Cópia)

Os Quatro e Meia

O dia começou com Os Quatro e Meia, no Palco Santa Casa. A primeira impressão era que, em cima do palco, estaria a tocar uma tuna. Com bateria (é certo) e sem as capas pretas, mas a postura e alguns instrumentos lembraram-nos a época de estudantes universitários. Com uma boa sonoridade, simpatia, divertimento e capacidade de interação com o público presente, temos a certeza que sairam do palco com a sensação de dever cumprido.

MMV-2017-SOULSOFFIRE-3 (Cópia)

Souls Of Fire

Logo a seguir, subiram ao palco os Souls of Fire, uma banda de Leça da Palmeira que "acabava" de atuar na Ribeira do Porto para uma multidão de adeptos de um clube da cidade. Habituados a estas andanças trouxeram as sonoridades do Reggae para o festival MEO Marés Vivas. Para além de um novo baterista, os Souls of Fire apresentaram-se em palco com Diogo Brito e Faro. Iguais a eles próprios, não há muito a referir quanto à prestação em cima do palco. O público aproximou-se, mas ainda assim foram prejudicados pelo número reduzido de quantos resolveram passar na Praia do Cabedelo. Não sabemos qual a opinião da banda, mas ficamos com a sensação de que mereciam mais público, pela qualidade do espetáculo.

MMV-2017-DIOGOPIÇARRA-1 (Cópia)

Diogo Piçarra

Terminados os concertos no palco secundário do MEO Marés Vivas 2017, estava na altura de apontar bateria para os "grandes". Diogo Piçarra entrou em palco cheio de força. Qual cabeça de cartaz, deixou tudo o que tinha em palco. Com um espetáculo clean, insistindo no minimalismo, provou que quem lá estava era para o ver e não para assistir a um espetáculo secundário, um espetáculo visual.

Longe vai o tempo que este grande músico venceu o programa televisivo Ídolos de 2012. Maior parte deles - os que venceram - tiveram um sucesso efémero, mas Diogo Piçarra mostrou que é muito mais do que uma produção televisiva e demonstra-o com palco de forma única. Como se de um agradecimento se tratasse, Diogo Piçarra trouxe ao Palco MEO Jimmy P para cantar "Entre as Estrelas". De lembrar que na edição do ano passado os papéis eram invertidos sendo Jimmy P a convidar Diogo Piçarra. Seja de uma forma ou de outra o tema é um hit e o público presente provou a categoria do dueto.

 

Tom Chaplin

O artista que se segue é repentente. No ano passado veio ao Marés Vivas com Keane, este ano a solo. Ainda assim presenteou o público com muitos dos sucessos musicais da banda que lidera. Inicialmente com uma postura muito tímida, foi perdendo a vergonha à medida que o público reagia à sua prestação musical. "Os Bastille ainda não subiram ao palco e já vocês estão a dar tudo o que têm..." dizia. O concerto levava um rumo, mas tinha de ser quebrado... "Esta é párra a minha mulhérre" disse no melhor português que conseguiu. A promessa foi cumprida e a festa continuou.

MMV-2017-BASTILLE-1 (Cópia)

Bastille

O momento alto do festival chegava. Os Bastille subiam ao palco com um público jovem conhecedor da setlist. Cantaram do início ao fim, daquele que foi o maior concerto da noite. Maior em qualidade, maior em duração e maior em espetáculo visual. Trouxeram uma série de ecrans e monitores onde passavam constantemente mensagens e outras informações, consoante a música. A fazer lembrar U2 na digressão ZooTV, apareciam imagens de um pivot de um noticiário que davam o mote inicial para a música seguinte. O público estava ao rubro e sem saber muito bem quando e como, o espaço estava lotado.

Com o fim do concerto, e pelo adiantar da hora, muitos acabaram por dispersar. Rendidos ao cansaço e à satisfação retirada pelo valor do bilhete, já nem ficaram para o fim da noite.

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AGIR

Fim esse que teve como protagonista AGIR. Filho de peixe sabe nadar e o sucesso de que goza na atualidade revela a qualidade enquanto músico. Muito capaz de fazer esquecer a vontade de regressar a casa, conseguiu que todos (mais todas...) delirassem ao som da música. Os seus tema são conhecidos e já muito badalados pelo que não é difícil ver, em cada grupo, a maior parte a cantar.

A noite terminou em grande, fazendo crer que o que supostamente seria um cartaz medíocre, rapidamente se pode revelar num excelente festival musical. Vamos ver o que o segundo dia, com os Scorpins, nos reserva…

 

Fotografias: Nuno Machado

Reportagem: Ana Machado