Super Bock Super Rock…. Lucius + Kurt Vile + The National (Reportagem)
O 22º Super Bock Super Rock regressou mais uma vez ao parque das Nações. O primeiro dia fica marcado por 3 concertos que se destacam dos demais… a agradável supresa dos Lucius, a confirmação de Kurt Vile e sem surpresas a apoteótica apresentação dos The National a conquistar de uma forma eufórica o palco Super Bock (MEO Arena)
A tarde iniciava-se no palco EDP com a revelação da Tradio, Surma o projeto musical de Débora Umbelino que se fez acompanhar em palco pela Carolina, que com a sua harpa envolveu os sons eletrónicos de Surma numa ambiência diferente daquela que a Débora tem brindado os seus fãs nas inúmeras apresentações que tem realizado nos últimos meses. Novas roupagens musicais que foram do agrado ao já vasto “clube” de fãs da jovem música.
O Palco Antena 3 era o segundo a abrir nesta edição do Super Bock Super Rock. O regresso de Alek Rein às canções depois de uma pausa de 6 anos, era o mote para a sua passagem na edição deste ano do festival, no palco da responsabilidade da nova música Portuguesa, Antena 3. Canções fluidas, limpas e descontraídas, brindaram de uma forma tímida os festivaleiros que iam chegando ao recinto do festival sob um final de tarde mais convidativo a lugares mais frescos...
Saltando novamente para o palco EDP, a revelação deste primeiro dia surgia com um ligeiro atraso, mas compensado com a sua graciosidade impetuosa. Lucius, de Nova Iorque para Lisboa, uma estreia pela positiva com canções envolventes, um pop intimista baseada nas vozes de Jess Wolfe e Holly Laessig.
“Good Grief”, o seu mais recente trabalho, envolveu o ambiente num final de tarde quente mas com grande entusiamo junto dos presentes. Sem dúvida a grande surpresa deste primeiro dia e que pecou por ser breve.
Do outro lado do recinto, Luis Nunes trazia o “Auto rádio” do Benjamim para mais uma paragem na sua longa digressão iniciada no verão de 2015. Dinâmico e divertido, as canções do “Auto” fizeram-se sentir com a alma e presença já habitual do Benjamim neste sua nova aventura de quem já foi Walter…
A pop melódica, pintada com sonoridades folk dos Villagers no palco EDP, marcou o regresso da banda Irlandesa a Portugal depois da sua passagem em Novembro no Vodafone Mexefest. Em palco as canções novas de “Where Have You Been All My Life?“, mas também alguns dos já classicos da banda liderada por Conor O'Brien foram recebidos com entusiasmo pelas centenas de festivaleiros que já ocupavam o espaço debaixo da pala do pavilhão de Portugal.
Mais uma vez a alternância entre os palcos EDP e Antena 3 e funcionar com o concerto dos peixe: avião a decorrer no final da apresentação dos Villagers.
Mas o era o palco Super Bock que começava a funcionar e a receber a primeira avalanche para o concerto dos The Temper Trap. O regresso a Portugal da banda Australiana liderada por Dougy Mandagi, algo intimidado por estar a tocar numa “Arena”, mostrou-se agradado pelo seu regresso após 6 anos ao nosso país. “Thick as Thieves”, o disco lançado no passado mês de Junho serviu como suporte à apresentação da banda vinda dos antípodas. A presença exotica de Mandagi e a sua voz com traços indígenas conquistou um público agradado pelo ritmo imposto. Um excelente concerto a abrir o palco principal da 22ª edição do Super Bock Super Rock.
Do outro lado do recinto, um dos grandes nomes previstos para a primeira noite não decepcionou. Kurt Vile, igual a si mesmo, conquistou um público que ocupava por completo o espaço junto do palco EDP que se revelou pequeno para receber um tão grande artista. Sem dúvida um dos melhores concertos desta noite, onde Kurt, escondido de si próprio, conseguiu mais uma vez em Portugal conquistar o seu público e cada vez mais exigente, em relação às suas canções. “b'lieve I'm goin down...”, o disco de 2015 fala de sua vida, de Deus e da América, temas muitos queridos para o músico de Lansdowne. “Pretty Pimpin”, o tema de referência do seu último disco fechava um grande concerto, breve e realizado no palco pequeno para este grande músico.
No palco Super Bock, os The National mostraram porque eram os cabeças de cartaz da primeira noite. Sala praticamente cheia para ouvir e ouvir as canções de Matt Berninger e dos seus companheiros de palco. Mais um regresso a Portugal e mais uma noite de gloria para uma banda cada vez mais acarinhada pelo público Português. Sem duvida que os The National podem ser equiparados ao vinho do Porto, quanto mais velhos melhores. “We miss you” nas palavras de Matt tiveram uma abrangência de euforia junto do público. Ainda tempo para ouvir uma canção nova, “The Day I Die”.
Um concerto com um ritmo muito próprio que seria finalizado com um coro unisseno a cantar “Vanderlyle Crybaby Geeks”, tendo Matt aproveitado para fazer uma incursão pelo público. No final uma sensação de missão comprida e a prova que muitos dos festivaleiros ali estavam apenas pelos The National.
No final do concerto dos The National, ainda tempos para uns últimos acordes de Samuel Úria que no palco Antena 3 apresentava o seu último disco “Carga de Ombro”.
A noite encerrava no palco Super Bock com os irmãos britânicos Howard e o seu projeto, altamente, dançável Disclosure. Alguns contratempos no inicio da sua apresentação, mas que rapidamente foram esquecidos por um público que transformou o MEO Arena num grande “clubbing” a fechar a noite.
Reportagem: Sandra Pinho
Fotografias: Paulo Homem de Melo