Super Bock Super Rock… Primeiro dia
Com casa cheia anunciada há mais de 3 meses, o primeiro dia do Super Bock Super Rock aguardava uma enchente no Parque das Nações. A afluência do publico foi notória logo ao inicio da tarde, com as movimentações dos fãs dos Red Hot Chili Peppers a não passarem despercebidas.
Mas seria no palco EDP que o festival marcava o seu início, com o concerto de estreia do projecto de Julio Resende e Salvador Sobral. Pela voz de Benjamin Cymbra, os Alexander Search abriam a 23ª edição do festival em grande forma com a pala do pavilhão de Portugal a ser pequena para assistir às aventuras musicais do heterónimo de Fernando Pessoa.
(ver reportagem do concerto aqui) *
Seria ainda no palco EDP que o festival seguiria o seu rumo com destino ao Rock. Esse rumo chegava do Brasil através do rock psicadélico dos Boogarins. A banda de Goiânia, liderada por Fernando ‘Dinho’ Almeida, que trazia um disco novo, acabou por se intimidar pelo público que se concentrava naquele local, não deixando transparecer as suas verdadeiras qualidades musicais, que ao longo dos últimos anos habituaram o público em Portugal. “6000 Dias” marcou o início do concerto que seguiu pelo “Elogio à Instituição do Cinismo” e “Foi Mal” a versão muito própria da banda do tema "A Pattern Repeated On". Ao longo dos 40 minutos de concerto a banda de ‘Dinho’ acabou por cumprir os mínimos.
Mário Cuomo e os seus The Orwells eram os senhores que se seguiam no palco da ‘Pala’. A banda de Chicago, rapidamente conquistou o público perdido pelos Brasileiros, muito graças à ‘atuação’ em palco de Cuomo. A banda dos subúrbios de Chicago trazia "Terrible Human Beings" o disco de 2017 onde temas como “Black Francis” e “They put a body in the Bayou” marcaram o alinhamento do concerto sempre a apontar para o Rock.
Pelo meio um saltinho até ao palco dedicado hà música nacional, agora baptizado de Palco LG. A folk errante dos Minta & The Brook Trout traziam o “Slow” perfeito para um final de tarde quente.
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O Meo Arena, palco Super Bock, abria as portas para receber os The New Power Generation, a banda de suporte de Prince…
(ver reportagem do concerto aqui) *
De volta ao Palco EDP, Kevin Morby regressava a Portugal desta vez para apresentar as canções de “City Music”. Se no palco LG os Minta & The Brook Trout seguiam caminhos errantes da folk, Morby seguia pelos mais sinuosos. A guitarra, a velha aliada de Morby desde o tempos dos Woods, construía uma linha de sonoridade envolvente para um início de noite melódico e bem delineado no tempo e espaço. “Abroad my Train”, “Come to me now” e o próprio “City Music”, tema que dá titulo ao novo disco, foram presenças fortes no alinhamento deste regresso a Portugal do norte-americano.
O início da noite era marcado pela presença da música Portuguesa nos 3 palcos ativos. Se no palco Super Bock os Capitão Fausto davam, provas mais uma que vez que “não têm os dias contados”, no palco LG, a festa fazia-se com os Portuenses Throes + The Shine. O rock Kudoro, carateristica única da banda liderada por Diron, trazia a magia única a um concerto do Festival. Energia q.b., ritmos quentes, loucos e desenfreados, rock, kuduro e tudo o que mais se pode imaginar aconteceu no concerto. “Wanga”, o mais recente disco do quarteto deu o mote, mas não faltaram temas dos discos anteriores como “Tuyeto Mukina”, “Hoje é Festa” e o já clássico da banda “Batida”. Depois do concerto dos Throes + The Shine, o palco LG, certamente, não será mais o mesmo.
Regressados ao palco EDP, The Legendary Tigerman trazia a estreia exclusiva de “Misfit”. Canções novas de um disco com edição prevista apenas para Janeiro de 2018, não conseguiram mobilizar os fãs que habitualmente são presença constante nos seus concertos. A ‘debandada’ para o palco principal, onde eram aguardados os Red Hot Chili Peppers, originou em parte essa pouca mobilização, mas também o desconhecimento por parte do público e fãs das novas canções, acabou por prejudicar o concerto de Paulo Furtado.
From Los Angeles, Califórnia, os Red Hot Chilli Peppers… A banda liderada por Anthony Kiedis regressava a Portugal para aquele que seria o “Concerto” nesta 23ª edição do Super Bock Super Rock. A banda, que segue caminho nos seus 34 anos de carreira, trouxe a palco um best off da sua própria existência. Público ao rubro, foi ao som de “Can’t Stop”, e para delírio de cerca de 20.000 pessoas que enchiam o MEO Arena, que os californianos tomaram as rédeas de um concerto expectável desde o início da tarde. “Snow”, “Californication” e até o recente “Dark Necessities” foram alguns dos sucessos que literalmente mexeram com o público, àvido de rock e de adrenalina. Um público que acompanhava sem dificuldade, e em plenos pulmões, o desenrolar das canções que eram debitadas do palco, onde a energia repartida por Anthony, Klinghoffe e Flea foi uma constante ao longo dos 85 minutos do concerto.
E foi Flea, que depois de um curto encore agradeceu ao público Português pela sua demonstração de apoio à música ao vivo… e “give it away”
(Os Red Hot Chilli Peppers não permitiram a recolha de imagens do concerto)
Terminava assim o primeiro dia do 23ª Super Bock Super Rock com lotação esgotada e com a premissa que o Rock ainda é motivo de alegrias e celebração entre o público presente.
Reportagem: Sandra Pinho
Fotografias: Paulo Homem de Melo
* Actualizado a 17 de Julho